SEGUNDA (04-03) COMEÇOU O JUGAMENTO DE BRUNO
Minas Gerais -
Para encarar a maior defesa da sua vida,
o goleiro Bruno Souza fez um pedido à juíza Marixa Fabiane Lopes
Rodrigues: vestir a camisa do Flamengo em seu julgamento no 2º Tribunal
do Júri de Contagem, em Minas Gerais, que começa nesta segunda-feira.
Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de sua ex-amante Eliza
Samudio, em 2010.
“O Bruno queria usar o manto sagrado porque se sente protegido”,
afirmou Lúcio Adolfo, advogado do jogador, que fez a solicitação
informal à magistrada. “A juíza não atendeu o pedido. Até concordei
porque poderia ficar parecendo que ela estava fazendo um carinho na
defesa”, explicou Lúcio. Então, o jogador vai ter que usar o uniforme da
penitenciária Nelson Hungria.
Bruno fez pedido informal para usar camisa do Flamengo durante julgamento | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Segundo o defensor, Bruno está com medo de ser condenado e teve insônia
às vésperas do julgamento, mas não toma nenhum medicamento. Neste
domingo, o atleta recebeu a visita de Ingrid Calheiros, que casou com
ele na prisão, em dezembro do ano passado.
Advogado diz que Jorge não irá testemunhar
Tratado como testemunha-chave para condenar ou absolver o goleiro Bruno
Souza, Jorge Lisboa Rosa pode, mais uma vez, gerar polêmica. Primo do
jogador, ele já mudou sete vezes seus depoimentos no processo. Agora,
garantiu aos advogados do ex-craque que não vai comparecer para depor no
2º Tribunal do Júri de Contagem. Dos 25 jurados, 17 são mulheres.
“Não precisa ser advogado experiente para saber que o Jorge não é obrigado a comparecer. Ele está no Rio
de Janeiro e a família garantiu que ele não prestará depoimento. Aliás,
quem pagaria a viagem dele?”, questionou Lúcio Adolfo, defensor de
Bruno.
Jorge foi convocado pelos advogados do goleiro e também pelo promotor
Henry Vasconcelos, responsável pela acusação. Menor à época do crime, em
2010, foi condenado pela Vara da Infância e Juventude por envolvimento
no desaparecimento e morte de Eliza. “Ele foi réu. Então, se está fora
de Minas Gerais deveria ser ouvido por carta precatória. Ou seja, falar
para a Justiça no Rio”, alegou Lúcio.
Ele afirma que a maior estratégia é desqualificar o depoimento de Luiz
Henrique Romão, o Macarrão, ex-parceiro de Bruno, que o acusou de ser o
mandante. Macarrão já foi condenado a 15 anos. Não está descartada a
hipótese de Bruno incriminar o ex-amigo.
O jogador responde por homicídio triplamente qualificado, ocultação de
cadáver e sequestro e cárcere privado. As penas podem chegar a 41 anos.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, também vai estar no banco dos
réus, acusada do sequestro e cárcere privado de Bruninho.
Júri pode ser formado por mais mulheres
Assim como no julgamento de Macarrão, a maioria dos jurados era formado
por mulheres, o mesmo pode acontecer no de Bruno. “A acusação já
comemora como se isso fosse garantia da condenação”, protestou Lúcio
Adolfo.
Os 25 nomes, dos quais sete serão sorteados nesta segunda-feira para
serem jurados, foram escolhidos em janeiro. “Isso é outro aburdo. A Lei
diz que a escolha tem que ser feita uma semana antes do julgamento”,
criticou o advogado. A defesa de cada réu pode descartar três nomes, e a
acusação mais três.
A previsão é a de que o júri dure de três a cinco dias. Neste período, os jurados ficam incomunicáveis e isolados.
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