quinta-feira, 2 de abril de 2020

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: em tempos de pandemia, papel da família e tecnologia são essenciais

Todos os anos, a comunidade envolvida com a causa celebra, em 2 de abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Com a pandemia da COVID-19 e a mudança radical nas rotinas das famílias, a data não terá atividades presenciais, mas uma forte campanha nas redes sociais: “Respeito para todo o espectro”, com o uso da hashtag #RESPECTRO.
O momento atual exige das pessoas não só reinventar o dia a dia e adaptar procedimentos, mas repensar valores, afinal o distanciamento social e o confinamento trazem à tona reflexões individuais e sociais importantes. Para o Núcleo Desenvolve, que atua no desenvolvimento de crianças autistas em Natal, a pandemia tem demonstrado ainda mais a importância das famílias neste processo. Além disso, a tecnologia tem sido uma aliada essencial.
“Durante este período de quarentena, estamos fornecendo atendimento online para as famílias, através de treinamento parental”, explica Luanna Martins, diretora do Núcleo Desenvolve. “Nossos profissionais estão orientando a estimulação das crianças a ser realizada pelos cuidadores”, completa. Para isso, faz uso de um aplicativo próprio, somado a ferramentas de chamadas de vídeo.
Desafios para o autismo
Luanna acredita que, apesar dos avanços e do amplo acesso às informações, ainda há muito preconceito em torno do autismo. “Apesar do tema aparecer mais frequentemente, a sociedade ainda não sabe como lidar com as pessoas autistas, e as famílias batalham muito por isso, principalmente com relação à inserção social”, afirma.
O trabalho em ambiente natural, desenvolvido pelo Núcleo, objetiva a independência e a qualidade de vida das pessoas com autismo. “Os programas de ensino e os treinos incidentais são desenvolvidos de acordo com a necessidade de cada um”, conta. “Além disso, incentivamos a inserção social com atividades em grupo e trabalho em escolas, parques etc”.
O dia 2 de abril busca reafirmar para a sociedade que o autismo está muito presente no dia a dia. “Estar dentro do espectro não é uma sentença, os autistas precisam de respeito, precisam ser enxergadas como indivíduos que compõem a sociedade, com direitos e deveres, assim como as outras pessoas”, defende Luanna.

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