terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Obama anuncia plano para fechar prisão de Guantánamo

23/02/2016 12h39 - Atualizado em 23/02/2016 15h56


Projeto do Departamento de Defesa será enviado ao Congresso.
91 pessoas estão atualmente no centro de detenção em Cuba.

Do G1, em São Paulo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira (23) que vai apresentar ao Congresso americano um plano para fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba.
O plano elaborado pelo Departamento de Defesa do país vai ser apresentado ainda nesta terça-feira e tem seu "apoio total", afirmou Obama, em pronunciamento na televisão.
Manter esse local aberto é contrário aos valores americanos e mancha a imagem americana no mundo"
Barack Obama, presidente dos EUA
Ele conclamou o Congresso a dar um “tratamento justo” à questão e disse que não quer passar o problema para a pessoa que vai sucedê-lo na Casa Branca.
Obama promete desde a sua primeira campanha presidencial fechar o centro penitenciário. Atualmente há 91 detentos no local.
"Quando algo não funciona como previsto, temos que mudar de rumo", afirmou o presidente, dizendo que é “largamente reconhecido” que Guantánamo precisa fechar.
Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira o plano do Ministério da Defesa para o fechamento de Guantánamo (Foto: Carlos Barria/Reuters )Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira o plano do Ministério da Defesa para o fechamento de Guantánamo (Foto: Carlos Barria/Reuters )
Segundo ele, o Departamento de Defesa pode economizar US$ 80 milhões por ano com o fechamento do centro de detenção.
Obama afirmou que Guantánamo prejudica a imagem dos Estados Unidos e enfraquece sua segurança nacional. "Há muitos anos ficou claro que o centro de detenção da baía de Guantánamo não faz nossa segurança nacional avançar. Ele a enfraquece", disse. "Manter esse local aberto é contrário aos valores americanos e mancha a imagem americana no mundo."
Obama disse que os EUA já mantêm presos em seu território terroristas perigosos. “E administramos bem a situação”, afirmou. “Deixe-nos fazer o que é certo para a América. Deixe-nos ir adiante e fechar esse capítulo.”

Oposição
No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano Paul Ryan, divulgou uma nota após o anúncio de Obama em que diz que não colocará "em perigo a segurança nacional do país por uma promessa de campanha".

"Após sete anos, o presidente Obama ainda tem que convencer o povo americano que transferir os terroristas de Guantánamo para nossa pátria é inteligente e seguro", disse Ryan em comunicado.
O líder dos republicanos no Legislativo insistiu que Obama "não parece interessado em continuar fazendo esforços" para explicar aos americanos sua estratégia para o fechamento da prisão e considerou que sua proposta "não proporciona os detalhes críticos requeridos pela lei, incluindo o custo exato e a localização de um centro de detenção alternativo".
"O Congresso não deixa espaço para confusão. É contra a lei - e seguirá sendo contra a lei - transferir detidos terroristas para solo americano", insistiu Ryan.
Detalhes
Fechamento da prisão de Guantánamo é promessa de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama  (Foto: Charles Dharapak/AP)Fechamento da prisão de Guantánamo é promessa de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (Foto: Charles Dharapak/AP)
Meia hora antes da fala de Obama, oficiais administrativos deram entrevista às agências de notícias dando alguns detalhes sobre o plano. Segundo a Reuters, o documento se refere a 13 possíveis lugares para onde os detentos podem ser transferidos em solo americano.
O texto mencionaria ainda o plano do Pentágono de transferir 35 prisioneiros nos próximos meses e um total de 60 até o fim do ano.
Promessa de campanha
Os Estados Unidos transformaram a sua base na baía de Guantánamo em uma prisão após os atentados de 11 de setembro de 2001. Para lá foram enviadas centenas de suspeitos de terrorismo. A administração foi acusada de mantê-los em condições consideradas desumanas por organismos internacionais.
Fotos de homens vestidos com macacões laranjas e algemados viraram um símbolo da política externa americana na década de 2000.
Os internos foram qualificados como "combatentes inimigos", e Washington negou a eles os direitos legais que concede às pessoas presas em seu território.
A população de Guantánamo diminuiu recentemente, e alguns presos que os Estados Unidos deixaram de considerar perigosos foram repatriados ou enviados a um país de acolhida, como os Emirados Árabes Unidos e Gana.

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