segunda-feira, 11 de março de 2019


Cai o nº de mulheres vítimas de homicídio, mas registros de feminicídio crescem no Brasil


O Brasil teve uma ligeira redução no número de mulheres assassinadas em 2018. Mas, ainda assim, os registros de feminicídio cresceram em um ano. É o que mostra um levantamento com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

São 4.254 homicídios dolosos de mulheres, uma redução de 6,7% em relação a 2017, quando foram registrados 4.558 assassinatos – a queda é menor, porém, que a registrada se forem contabilizados também os homens.

Houve ainda um aumento no número de registros de feminicídio, ou seja, de casos em que mulheres foram mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Foram 1.135 no ano passado, ante 1.047 em 2017.

O levantamento foi publicado nesta sexta (8), Dia Internacional da Mulher.

Em tempo

Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam "violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher". Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.
'Desmaiei de tanta dor', diz mulher que teve o couro cabeludo arrancado à faca

   
Ele me tirou de casa à força, me puxou pelo braço e me levou para o mato. Eu não queria falar com ele. Levei um soco no olho e ele mandou eu abaixar a cabeça. Eu não queria, mas ele me pegou pelo braço e me forçou. Então, com uma faca, ele cortou meu couro cabeludo. Eu achava que iria morrer, chorava bastante. Implorei para ele não fazer aquilo comigo, mas ele não deu ouvidos. Desmaiei de tanto sangue, de tanta dor. Depois, não lembro mais de nada”.

As palavras acima foram difíceis de falar. Houve pausa, silêncio, lágrimas. Houve indignação, revolta e medo... muito medo. 

O nome ela prefere não revelar, mas a dor vem com detalhes. São de uma jovem dona de casa de 24 anos. 

Os últimos 9 foram ao lado dele, do agressor, e boa parte vivida em meio à violência doméstica - uma violência que preocupa cada vez mais.

O caso
O escalpelamento aconteceu no dia 25 de janeiro, na zona rural de Ceará-Mirim, cidade da Grande Natal. Segundo a jovem, inconformado com o fim da relação, o companheiro da vítima invadiu a casa onde ela estava, junto com familiares, e a arrastou pelo braço para dentro de um matagal.

Lá, com uma faca, o homem arrancou o couro cabeludo da mulher. De tanta dor, ela diz ter desmaiado, e só lembra de já ter acordado no hospital. O agressor foi preso poucos dias depois, e deve ser indiciado por tentativa de feminicídio.

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