terça-feira, 24 de maio de 2016

Henrique diz a Temer que citações sobre ele na lava jato são “irrelevantes” e ele não precisa deixar o cargo para evitar bombardeios


Do G1 RS
Após queda de Jucá, Temer consultou situação de Alves, relata ministro

Aliado próximo de Temer, ministro do Turismo é investigado pela Lava Jato. Padilha disse que presidente em exercício conversou com Henrique Alves
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira (24), em entrevista ao programa Bom Dia Rio Grande, da RBS TV, que o presidente em exercício Michel Temer consultou o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, sobre se ele desejaria deixar o cargo antes de um eventual “bombardeio” pelo fato de o peemedebista ser investigado na Operação Lava Jato.
Segundo Padilha, a conversa veio após a decisão do então ministro do Planejamento, Romero Jucá, de pedir exoneração do cargo. 
A saída de Jucá do governo ocorreu um dia depois de o jornal “Folha de S.Paulo” divulgar conversa em que ele sugere um “pacto” para barrar a Lava Jato ao falar com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Segundo Padilha, Temer conversou com Henrique Alves, que classificou a investigação sobre ele na Lava Jato de “irrelevante”.
“Ontem mesmo o Michel [Temer] fez a ele [Henrique Alves] essa pergunta: será que não seria o caso de tu avaliares se não vai vir logo atrás um bombardeio em relação a ti e tu teres que deixar? Ele acha que não, que não vai ter nada, que o assunto dele é irrelevante”, disse o ministro da Casa Civil.
Padilha classificou, durante a entrevista, a saída de Jucá do primeiro escalão do governo Temer de “acidente de percurso”. Ele relatou ainda que a equipe mais próxima do presidente em exercício discutiu a situação do governo após o episódio até a madrugada desta terça no Palácio do Jaburu.
“Tivemos ontem um acidente de percurso, mas isso, dentro do processo político brasileiro e dado às circunstâncias, está não naquilo que era o desejado, mas já tem alguma normalidade”, afirmou Padilha.
Para o ministro, episódios como o ocorrido com Romero Jucá não irão comprometer as medidas de ajuste fiscal propostas por Temer, pois, segundo ele, a crise política está superada.
“Dois terços dos votos na Câmara e no Senado são mais do que suficientes para demonstrar que há base para aprovar as necessárias medidas. Agora nós temos uma crise ético-moral como consequência de uma operação [Lava Jato] muito bem conduzida, mas o Brasil não para”, disse.

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