quarta-feira, 18 de abril de 2018

‘Ele disse que lutou muito contra o tubarão’, diz mãe de potiguar atacado no Grande Recife

Darlene Inácio de Melo, mãe de banhista mordido por tubarão em praia no Grande Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)
A potiguar Darlene Inácio de Melo, mãe do homem de 34 anos mordido por um tubarão no domingo (15) numa praia no Grande Recife, se sentiu aliviada após conversar com o filho e afirmou, nesta terça (17), ao G1, que ele tem consciência do que aconteceu. “Ele me disse que lutou muito contra o tubarão”, relata.
De acordo com a aposentada, a conversa com o filho na segunda (16) no Hospital da Restauração (HR), unidade de saúde em que ele está internado desde o dia do incidente com o tubarão, deixou-a confiante. “Senti que ele está bem, está se recuperando. Tenho certeza de que ele vai melhorar. A família e os amigos dele estão em oração”, conta.
“Ele me disse ‘mainha, eu lutei muito, nadei muito'”
Ainda segundo Darlene, o filho contou os detalhes do ocorrido. “Ele me disse ‘mainha, eu lutei muito, nadei muito. Quando eu vi que não conseguia mais, eu gritei e me tiraram da água’. Ele tem consciência do que aconteceu, mas é uma pessoa muito forte e Deus também está nos ajudando”, afirma a aposentada.
Assim como na noite da sexta (16), o HR informou, nesta terça (17), que o paciente segue respirando sem a ajuda de aparelhos. As drogas vasoativas foram suspensas e a sedação foi reduzida.
Além da visita da mãe, ele também recebeu uma psicóloga da unidade de saúde, que informou sobre a amputação de sua perna direita. O paciente permanece na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) até a sexta (20), para que os médicos evitem o aparecimento de infecções. (Veja vídeo acima)
Entenda o caso
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o chamado para socorrer Pablo Diego foi feito às 14h38. O incidente aconteceu na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Na vítima, havia ferimentos nos dois braços e na perna direita. Depois dos primeiros socorros feitos por duas equipes de bombeiros, Pablo foi levado de helicóptero ao Hospital da Restauração.

 De acordo com o oficial de operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas, com água na altura da cintura, quando foi mordido. Depois de uma cirurgia de quatro horas no domingo (15), ele teve a perna direita amputada.

Na manhã da segunda (16), os médicos haviam afirmado que o estado de Pablo era gravíssimo e que havia risco de morte. Mais cedo, um amigo de Pablo Diego havia dito que o potiguar conhecia os riscos de nadar no local onde ocorreu o incidente.

Casos recentes

Em janeiro de 2018, um surfista de 20 anos foi ferido por um tubarão no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. O jovem, natural da Bahia, surfava na Praia da Conceição no final da tarde de 12 de janeiro quando caiu da prancha e foi mordido. Encaminhado a uma unidade de saúde, o jovem teve alta no mesmo dia por se tratar de um ferimento leve.
Em dezembro de 2015, um turista do Paraná foi atacado por um tubarão na Praia do Sueste, também em Fernando de Noronha. O homem estava mergulhando no momento do ataque e teve a mão e parte do braço amputados. Segundo o International Shark Attack File (Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, em inglês) da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, esse foi o único caso de ataque de tubarão verificado no Brasil em 2015.
Em 2013, uma jovem de 18 anos, de São Paulo, foi atacada por um tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Atacada em 22 de julho, ela faleceu no dia seguinte, após ter sido internada no Hospital da Restauração.
Contagem oficial de casos
Em Pernambuco, a contagem começou a ser feita pelo Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de tubarões no litoral pernambucano. No mesmo período, o órgão registrou 63 incidentes, termo utilizado para enquadrar ocorrências envolvendo seres humanos e tubarões.

Segundo o Cemit, a ocorrência registrada no domingo (15) ainda não faz parte da contagem pois precisa ser estudada, como é de praxe. Segundo o presidente do órgão, Leodilson Bastos, é preciso saber se é possível considerar realmente um incidente com tubarão antes de inseri-lo nas estatísticas.
G1-PE

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