sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

João Bosco diz que PF trai sua música ao utilizá-la em operação


João Bosco, cantor.REVISTA VEJA
O uso de trecho da música O Bêbado e a Equilibrista pela Polícia Federal para batizar a Operação Esperança Equilibrista, que investiga irregularidades na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revoltou um dos autores da canção, o cantor e compositor João Bosco – o outro autor é Aldir Blanc. Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira, o músico criticou a ação policial na universidade e se disse indignado com o uso da obra para nomear a operação.
“A operação da PF me toca de modo mais direto, pois foi batizada de Esperança Equilibrista, em alusão à canção que Aldir Blanc e eu fizemos em honra a todos os que lutaram contra a ditadura brasileira. Essa canção foi e permanece sendo, na memória coletiva do país, um hino à liberdade e à luta pela retomada do processo democrático. Não autorizo, politicamente, o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental”, afirmou.
João Bosco criticou a operação na UFMG, que envolveu a condução coercitiva do reitor, Jaime Arturo Ramirez, da vice-reitora, Sandra Almeida, e de outros três professores. O caso envolve suspeitas de desvios de cerca de 4 milhões de reais destinados à construção do Memorial da Anistia Política na instituição.
O músico disse ter informações de que os docentes não foram intimados previamente a depor, pré-condição para uma condução coercitiva, e que tiveram restringidos seus direitos de acesso a informações e ao próprio processo . “O conjunto dessas medidas fere os princípios elementares do devido processo legal. É uma violência à cidadania”, criticou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário